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2023. FRANCISCO ROCHA
Nem insígnia de festejo profano, nem ícone de cortejo sagrado: Adriana Affortunati aporta e estende a arte do farrapo, porta-estandarte da carne abatida em combate. A artista desfralda o pano intratável da farda trajada no fardo cotidiano, trepa o mastro e mostra o trapo: o cru esgarçado solta no ar calças cansadas e suores acres. Hinos e marchinhas dão lugar ao silêncio grave.
2022. DAVID KOMARY in conversation with JOHAN SIMONSEN
Sie schafft es wirklich auf besondere Weise, Türen zu öffnen und über Kunst Kommunikation herzustellen.
Sie hat es geschafft und das lässt mich an Jo Aichinger denken, dem das auch stets ein Anliegen war - Menschen über die Gattungs - und Systemgrenzen und damit ihre meist recht geschlossenen Soziotope hinweg zu verbinden. Auf diese Weise gelingt es Kunst und Leben zu verschränken und sich ein wenig jenseits der Kategorie, jenseits der Kategorien zu bewegen und zu denken.
2022. ALBERTO D'AVILA COELHO
Visitar uma exposição de Adriana Affortunati é entrar em relação intensa com um pedaço de caos restituído pelas forças de criação, materializado por objetos de toda ordem e tratados por várias linguagens expressivas (site specific, objetos, instalações, fotografias…). Ela nos diz que trabalha o tempo em suas obras, “o tempo que corroi a matéria”, operando com formas que habitam locais de descartes, coisas empoeiradas e em condições precárias. Do nada da matéria em si ela cria uma poética com o
caos.
2022 FRANCISCO ROCHA
Por um fio, se a amarração sem nó suspende o tecido sem corpo cabide. Em queda livre, entregue à mera força da gravidade, o tecido cai como a veste do nada, na moleza esparramada, vago ao visual. Com a amarração serviço de vidente ––, o tecido sem corpo cabide não cai a esmo, cai em si mesmo. E assim, caído em si, o tecido cai bem, dele
próprio vestido.
2021. GUSTAVO MENDEZ - LISKA
Despojada de su excitada lucidez y compasión, Adriana devuelve a la vida algo que se creía marchito, ha reaparecido en sus formas, aunque pueda ser inapetente para algunos. Es el momento ominoso de su fecundidad, esa inteligencia animal, que recuerda el coqueteo del enamoramiento juvenil, la cacería, la seducción, los interminables escarceos del amor hasta el momento de la concepción, aunque lleve en ella el deje del animal que se come a su par después de copular.
2020_ANA SÁNCHEZ DE VIVAR
La práctica de Affortunati hace uso de los principios de inmanencia, intervención e invención-en-el-medio. Semejante a la función mediadora del marinero, quien pone en sintonía las fuerzas contrarias de los vientos y los mares, la artista reconoce un límite y crea un camino que a la vez trasgrede y redefine ese límite. Esta actividad, dentro de una modalidad temporal kairana, require por una lado de un conocimiento táctico y por el otro de la confianza, por parte del artista de que ejecutará la decisión adecuada en el momento propicio.
2020. DAVID KOMARY
Affortunati ist weniger an endgültigen Formen und finalen Werken interessiert, sie zielt stattdessen auf eine augmentierte Wahrnehmung des Hier und Jetzt. Sie schafft mnemische Skulpturen und Installationen aus alten Gebrauchsgegenständen, die sie sukzessive zusammenträgt um dem Ort der Installation zu einer gesteigerten räumlich-situativen Erfahrbarkeit zu verhelfen und ihn mnemisch und narrative aufzuladen.
2019. NOT RANDOM ART INTERVIEW
"Trying to translate an idea to the paper or to the matter, never worked out for me. I highly avoid that. I've realised that the stains or rips, gained naturally with time and use, cannot be made intentionally. It has a spontaneous gesture quality that we cannot achieve. Time can be seen on the surfaces, on us. And that`s what I look for: signs of time."
2017. DOMINIQUE ULYS
Ayant ainsi constitué patiemment cette sorte de musée, occupant à lui seul deux ateliers et certains espaces communs d’Est-Nord-Est, Adriana (...) voulait donner une dernière fois à ces choses le pouvoir d’exister avant qu’elles ne tombent dans l’oubli. Pour Adriana, le fait de déplacer les choses est fondamental. C’est un acte d’amour.
2016. FRANCESCA SASSU
Il temperamento latino ed estroverso della italo brasiliana Martins l’ha sicuramente aiutata nell’avvicinare una comunità curiosa, ma poco avvezza a raccontarsi e farsi raccontare. Lei ha ascoltato e stimolato la narrazione, si è fatta guidare dal suo affetto per gli oggetti, dall’amore per i segni del tempo e la fisicità, dalla cura materna per ciò che le viene dato e dal desiderio di conoscere quanto di nuovo hanno da dirle gli oggetti e le persone che incontra.
2015. RENATO PERA
Um olhar excessivamente formal, exclusivamente dirigido para as modalidades artísticas, reduziria o interesse de seu trabalho, circunscrevendo-o por atitudes compositivas, superficialmente pictóricas. O uso dos objetos não se reduz a uma relação nostálgica ou evasiva, cujos sentidos almejam a uma a-historicidade, sobrevivência incorpórea, diáfana. Não. Os objetos buscam reviver tragédias e dores, traumas e emoções reais, espessas e concretamente presentes.
2012. ALESSANDRA AFFORTUNATI MARTINS
O ocre e suas diferentes tonalidades não são apenas cores nos trabalhos de Adriana Affortunati. Incrustados na obra, esses tons carregam resquícios da memória. Há certa viscosidade aderente nas lembranças da artista. Sendo quase uma espécie de betume amorfo que se alastra, suas reminiscências são arrancadas de seu corpo na medida em que se transformam em uma arquitetura da memória.
2009. ANNIBAL E BRANCA
Construção e reconstrução são palavras que estão muito presentes no trabalho desta artista, porque em todos os momentos ela re-significa, memórias, objetos e lugares. A partir destas reconstruções nos obriga a parar para olhar e pensar. Olhar mais devagar. Pensar mais devagar e nos abrirmos a experiência que a obra nos propicia, fazendo-nos lembrar que somos seres racionais e sensíveis ao mesmo tempo.
2008. NICHOLAS PETRUS
Inserida no contexto contemporâneo, a anacronia em relação ao efêmero sistema de produção ou à forma de armazenamento de mensagens atuais, é, sutilmente, o próprio conflito de identidade da sociedade, onde o valor do indivíduo é medido pela sua colocação no sistema de consumo, não pela construção diversa de sua identidade.